Claro que não adianta pedir
desculpas pelo tempo em que demoro entre um texto e outro aqui no blog, mas
realmente demorei muito tempo para me estabilizar em Wuhan. Como eu disse no
último post, eu estava de mudança e nem casa eu tinha. E não é que agora estou
com casa (organizada, limpa e com internet).
Então, a viagem foi mega tranquila
de trem bala (quase 5 horas). Chegando na cidade propriamente dita não
conseguir evitar a comparação de forno. Wuhan é uma cidade quente, e a
terceira mais quente na China. A boa notícia é quando eu cheguei era o final da
onda de calor na China e por isso acabou que não vivi intensamente o forno
dessa cidade.
Apesar do pouquíssimo tempo de vida
em Wuhan não consigo evitar as comparações entre aqui e Shenzhen. Primeiro porque
aqui o sistema de transporte público é caótico, os ônibus são sempre lotados e
a maioria possuem dois andares. Na china em várias cidades os veículos como
metrô e ônibus sempre dizem para os passageiros a estação em que está aportando
e o próximo destino. Em Shenzhen esses avisos são em mandarim, cantonês (língua
oficial da província) e inglês. Já em Wuhan
é um exercício de VAMOS PRATICAR mandarim o tempo todo pois, ao menos o ônibus,
trazem tudo só em mandarim (imagina você se sentir 100% analfa?).
E falando em metrô, um dos meus
maiores prazeres eram andar de metrô. Em Wuhan só há 2 linhas (está prevista
para abrir uma terceira linha em dezembro deste ano) e não cobre quase nada da
cidade, ou seja, foi-se embora minha forma rápida de locomoção. Por outro lado
o táxi é absurdamente barato, eu praticamente uso e abuso do táxi,
porém................ Por ser barato os motoristas podem escolher se vão te
levar ou não. Se o passageiro não
estiver indo para o mesmo sentido do taxista ele simplesmente briga com você e ainda te faz descer (isso acontece toda semana comigo). Outro ponto negativo, pelo fato
de o táxi ser barato, é que o valor o torna acessível para todos os chineses e isso faz
com que pegar um táxi seja um exercício
de paciência. Eu mesmo já perdi mais de 40 minutos debaixo do sol escaldante
esperando que algum chinês não passe na minha frente para pegar um dos poucos
táxis vazios (se tem algo que me estressa é quando os chineses passam na minha
frente e se jogam na frente do carro para entrar antes de mim). PEGAR TÁXI EM WUHAN NÃO É FÁCIL!!!!!
Outro choque que eu tive ao chegar
em Wuhan foi ter que me acostumar com os colchões de cama tão macios quanto uma
mesa de jantar. Na verdade não há diferença entre a rigidez do chão e a do
colchão. Em minha primeira semana aqui tive muitas dores nas costas até comprar
milhares de edredom para forrar a cama e torna-la um pouco mais “aconchegante”.
Finalmente cozinhando comidas do Brasil.
Passando fome na China
É possível comer muito bem na China. Um prato típico da Pizza Hut
Passando Fome, o retorno
Vizinhança.
Novos amigos chineses
A minha cama só ficou gostosa depois que coloquei 2 edredons por baixo
2 dias de limpeza para deixar a casa um "brinco".
E para quem acha que eu não me meti
em nenhum confusão, engana-se. Mas isso fica para outro post onde contarei
mais coisas cabulosas.
Mudar, verbo transitivo, vem do latim mutāre e dentre vários significados pode ser entendido como levardeum lugarparaoutro; deslocar; modificar;alterar;transformar; dar outra direção a; desviar substituir (uma coisa por outra); renovar e etc. É engraçado como uma simples palavra pode ter diversos entendimentos. Recentemente tenho parado muito para refletir sobre minha vida e tudo aquilo que vem acontecendo em minha vida nos últimos 11 meses. E sem sombra de dúvida se eu pudesse resumir o produto dessas inflexões em meu caminho, usaria a palavra mudança. No inicio eu tinha planos de ficar apenas 1 ano na china, chegando aqui era para ter sido apenas 30 dias e hoje me vejo com minhas coisas todas dentro de caixas rumo a outra cidade para mais uma outra temporada de China. É meus caros, ninguém controla seu destino, aliás, ele é imprevisível.
Wuhan foi o local onde a Mulan nasceu. Foto: google
Então, agora estou de partida para uma cidade chamada Wuhan (mais próximo ao centro da China, na verdade não é tão próxima assim). Deixo Shenzhen com o coração apertado com as mesmas incertezas que senti ao chegar. Os meus planos eram ficar em Shenzhen por pelo menos mais 1 ano e, bum, de repente surgiu uma proposta de uma empresa em Pequim, fiquei animado e para minha grata surpresa a vaga não era para lá e sim para Wuhan. Após muito pesquisar e ouvir a opinião de amigos e de pessoas que moram lá, decidir encarar esse desafio. Mudar nunca é fácil. É sempre sinônimo de novos desafios, de muito trabalho (para empacotar tudo). Em se tratando de China achei que teria muita dor de cabeça, mas não é que estava errado. A Camila Poleci (que também tem um blog sobre as aventuras em Shenzhen) me deu uma baita força para achar uma empresa que me ajudasse na mudança e graças a ela paguei modestos R$ 93 para o envio de 14 caixas grandes para a minha nova casa (nossa é incrível quanto tralha a gente ajunta em pouco tempo). Ela me indicou um conhecido dela, o Daniel um chines que eu não tenho palavras para agradecer o suporte, que mesmo não me conhecendo me ajudou em tudo, em tudo mesmo. Com as minhas coisas empacotadas e a caminho de Wuhan surgiu um problema: fiquei sem casa. Devido a questões contratuais minha residencia mudou e lá vai corre para lá e corre para cá para arranjar outro lugar (até agora estou sem terra, mas tenho a certeza que tudo vai ficar bem). Graças ao Marcelo, um brasileiro que mora em Wuhan, já consegui pesquisar outros locais e o que mais me chamou atenção foi a alta tecnologia nas coisas. Gente, tô me sentindo um matuto do interior. Mas por que? Por causa disso:
No site onde podemos caçar apartamentos é possível ter uma ideia da vizinha através da visualização em foto paranômica do local (Muito chique, desculpa se tem isso no Brasil, mas não tô acostumado com tanta tecnologia).
O retângulo rosa é o GPS do caminhão que levou as minhas coisas. Eu pude visualizar em tempo real todo o percurso realizado pelo veículo, isso pagando para que a empresa venha até a minha casa e carregue tudo por apenas R$ 93 (um negócio da China, né?!).
Torçam por mim e espero que no meu próximo post eu já tenho encontrado uma casa para morar em wuhan. Por enquanto ficarei hospedo na casa de um amigo de uma das moças do RH da nova empresa onde irei trabalhar.
O metrô faz parte da minha vida! Todo santo dia às 08 da manhã estou eu lá pronto para uma viagem de quase uma hora para chegar no meu trabalho (sim eu moro muito longe de onde labuto rs). Aqui em Shenzhen os metrôs são bem limpinhos e organizados, mas.... observei algumas coisas bem engraçadas pela forma com os administradores do metrô usam para conscientizar (ou alertar) como as pessoas devem usar o espaço com segurança. Acho que as imagens falam por si:
Quem quiser pode ficar a vontade para sugerir legendas para essas fotos.
Sinceramente, as vezes, mesmo com esses avisos ainda tem gente sem noção que, ao meu ver não tem a menor noção com o direito do espaço do outro. O exemplo é meio nojento mas ilustra o que eu quero dizer. Tem gente que quando sente o piriri descarrega em qualquer lugar que seja. E o metrô não foge a exceção, Dúvida? Então veja esse vídeo aqui embaixo e tire suas próprias conclusões. E o pior: aconteceu aqui em Shenzhen essa semana, dia 22.
Você acha que isso é um absurdo? Meu filho você ainda não viu nada! E o que dizer desse garotinho que sentiu o rabo da porca torcer e foi esvaziar sua tensão na lata de lixo na cidade de Guanzhou (vizinha de Shenzhen)?
A necessidade fala mais alto. Fonte: reprodução weibo.com
Essa outra é de uma mãe que deixa o filho fazer cocô no hall do aeroporto (vale lembrar que essa foto foi feita em TAIWAN e não na China, que é um país que divide a mesma cultura chinesa)
Não é na china, mas aconteceu no país viznho Taiwan. Foto: shanghaiist.com
E por último (aconteceu na China) eu deixo a parte mais nojenta para o fim. Não basta arriar o barro, mas tem que catar um papel para limpar a bunda e ainda jogar o produto na maquina do caixa eletrônico. E olha que a pessoa não estava sozinha. Confere aí em baixo:
Para quem está pelo Sul da China vale a pena conferir o cardápio do Boteco Brasil, em Dongguan. Foto: Edvan
Seis meses depois e aqui estou na China, sobrevivendo. Nesse balanço de meio ano já fiz vários amigos (inclusive brasileiros), comecei a aprender mandarim e a cada dia que passa me sinto mais envolto com a cultura chinesa. Só que viver fora da sua terra natal significa se abdicar de certos prazeres com os quais você cresceu. Nesse meio tempo que aqui estou além da saudade forte que bate de minha familia e amigos também sinto saudades do temperinho da boa comida brasileira. E olha só (aquele bem amazonense até no modo de escrever) encontrei um restaurante com uma otima comida brasileira na cidade de Dongguan.
O nome do restaurante se chama Boteco Brasil (clique no link para saber o endereço) e tem pratos bem tradicionais como bolinho de queijo e pastelzinho até coisas mais complexas como feijoada. Não posso nem descrever a minha emoção em ter ido a um restaurante tipo Buffet (sim, esse sistema muito comum aí no Brasil não é tão popular por essas bandas) e montado um prato desse jeitinho:
Sei que tem muita gente vai dizer que não se come strogonoff com farinha, mas eu não ligo. Sou é mesmo do tipo que mistura tudo antes de colocar para dentro (só quem tem esse hábito me entende).
DONGGUAN E BALADA
Cerca de 10 milhões de pessoas vivem em Dongguan. Foto: internet
Como meu trabalho é meio ingrato eu acabo não tendo muitos feriados e por consequência me sobra pouco tempo para viajar para outras cidades. Então, a alternativa é conhecer lugares próximos a Shenzhen. Dongguan acabou entrando nesse meu roteiro pois fica apenas 50 minutos de trem bala de onde eu moro e o ticket bem baratinho, custa 44,50 RMB (ou R$ 15).
Apesar de eu já estar me virando bem no mandarim, mesmo sabendo só algumas palavras e falar sentenças básicas com o verbo ser, eu ainda me meto em algumas atrapalhadas. Nessa viagem não poderia ter sido diferente. Eu comprei esse ticket ao qual me dá direito a uma cadeira na classe economica. Só que o matuto aqui não achou o lugar do assento correto, aí eu rodei todo o trem procurando a tal poltrona 2F, como vocês podem ver aí na foto abaixo.
Depois de subir e descer o corredor do trem eu bem que vejo um assento 2F. Achei tudo muito bom e fiquei impressionado com o conforto do vagão que eu estava. Porém, o meu vagão era o de número 05 e eu estava no VIP, por isso tanto glamour, né. Enfim, como eu não queria ter que andar até a pqp eu preferi pagar mais 5 RMB (o que para mim ainda continua sendo barato). Durante a viagem conheci um chines que queria praticar o inglês comigo e esse filho de uma vaca asiática me trolou. Eu disse que eu estava indo a Dongguan e ele me fez descer na estação errada (e eu estava no último trem, a exatas 23 horas da noite). Desci na estação chamada Dongguan, mas essa estação não fica em Dongguan e sim numa cidade bem pertinho de onde eu deveria ficar.
Táxis em Dongguan possuem grades entre motorista e passageiro
Cheguei lá todo feliz e ligo para meu amigo Joseph (brasileiro) para ir me buscar lá. Para minha supresa ele estava no ponto de táxi me esperando. Eu rodei, rodei e nada de Joseph. Gente, ficamos uns 10 minutos ao celular tentando achar um ponto referencial onde pudessemos nos encontrar. Só que como eu estava em outro lugar não havia nada em comum. Tipo, ele falava vai para um placa vermelha onde tem os táxis cor azul. E eu dizia: Amigo, eu só vejo o táxi de cor amarelo. Sem brincadeira, foram relamente 10 minutos (ou mais) até perceber que estavamos em lugares diferentes. Com toda a boa vontade o joseph cruzou de táxi rumo a outra cidade para me encontrar ( 1 hora de viagem de táxi, é mole?!). Nessa noite gastamos 300 RMB de táxi (isso é um absurdo de caro).
O final de semana foi incrível, fiz amizade com outros brasileiros e nos jogamos na balada. O que eu posso falar para vocês é que as baladas na china são TOP. Primeiro porque você vai em qualquer casa de show, da mais cara até a mais luxuosa, e não paga nada para entrar. É claro que a bebida é olho da cara, mas eu geralmente compro tudo fora da boate e levo para beber dentro (rs, soa absurdo mas conheço muito neguinho aqui que também faz isso). A balada que eu fui em Dongguan era uma casa muito show de bola, considerada a melhor da cidade, com vários telões de LEDs, jogos de luzes, pessoas bem arrumadas e gente bonita. Até o atendimento na recepção da casa era um luxo a parte.
Esse vídeo aqui, mostra bem a sensação que tive naquele dia:
CURIOSIDADES
É a cidade na China com o maior número de brasileiros. São mais de 3 mil, a maioria gaúchos que perderam seus negócios no Brasil devido a concorrência chinesa;
A maior parte dos brasileiros trabalham no setor de calçados;
Como alguns brasileiros que chegam lá não falam nem inglês, há uma escola de ensino de idiomas (mandarim e inglês) para brasileiros;
Alguns chineses aprenderam algumas palavras em português devido a influência dos brasileiros;
O número de expatriados é tão grande que, a cada eleição, o Itamaraty cria uma seção
eleitoral numa rua do centro da cidade, caso único de votação no
exterior realizada fora de uma repartição pública.
Edvan Fleury Prada (é claro que tô de onda). Uma bolsa Prada aqui ainda continua sendo cara.
Oi gente! Minha vida anda mais do que sem tempo para atualizar o blog, então por isso resolvi fazer alguns videos para mostrar a cidade onde eu moro de forma diferente. Olha só, este primeiro registro mostra uma visita ao mercado de animais vivos na área de Shekou, na cidade de Shenzhen. Aqui você pode encontrar tudo fresquinho para o consumo como lesmas, tartarugas, patos, pombos (muitos pombos), o ovo preto que fica dias enterrado na areia (leia-se, ovo de aparência nojenta), cachorro e gato (para os amantes de um espetinho - hummmmmm)
Falando um pouco sobre minha vida, estou feliz porque agora já falo várias coisas em chinês pois estou contando com a ajuda da minha colega de apartamento, Kenny. Eu ensino para ela português e ela me ensina chinês (e olha que faz 2 semans que comecei os estudos e estou admirado comigo mesmo pela forma rápida como estou aprendendo o mandarim). Ah, e além do mandarim também estou aprendendo espanhol. No espanhol já estou quase fluente (o que me mata ainda é a escrita). Em breve vou ter como línguas o português, espanhol, inglês e chinês (e olha que eu nunca me imaginei na minha vida falar tantos idiomas. Emoção define essa minha vida na China).
Eu já tenho vários vídeos gravados. Podem esperar que vem por aí uma ida ao mercado eletrônico onde minha amiga Akemi tentou aplicar um golpe no chinês para comprar um iPad (hahahaha é brincadeira, mas a situação foi bem engraçada), depois vou mostrar um restaurante que tem como decoração principal a merda. É isso mesmo, um restaurante chamado Modern Toillet no qual tudo é relacionado ao Cocô hahahahaha. E para os amantes da cultura japonesa encontramos um lugar onde é possível fazer uma sessão de fotos caracterizado de seu personagem favorito (a Akemi virou uma samurai, acredite se quiser). Pasmem essa brincadeira custou apenas R$ 53 e você ainda recebe um conjunto de 6 fotos impresas e no formato digital para postar no seu facebook. Aguardem por essas novidades.
Não, você não leu errado. E não, não tenho a intenção de baixar o nível do Blog. Mas eu acho que vale apena fazer o registro de mais uma situação inusitada que aconteceu comigo aqui na China. E antes que você brigue comigo já vou logo alertando que, alguns, acontecimentos a seguir ocorreram no mês passado (e, sim, eu já comecei a enriquecer meu vocabulário com expressões em Mandarim rs).
Na sua bunda
Uma coisa é certa: enquanto eu não dominar o básico do mandarim é bem provável que mais fatos engraçados e tensos surjam. Uma vez vi uma frase que sintetiza bem esta minha fase na China "O que não é bom de passar é bom de se contar". O que narro aqui é minha pequena aventura quando percebi que encontrar roupa na China, que caiba no meu tamanho, é um trababalho de "Hércules", principalmente quando o assunto é calça. Gente, como os chineses tem um corpo meio reto as calças simplesmente não me entram na parte da coxa e da cintura. Para resolver esse problema "extra size" do meu corpo resolvi que seria bom entrar numa academia para reduzir medidas. As academias na China são mega baratas e para você ter uma ideia eu fiz uma assinatura de 6 meses em uma de médio porte dentro de um Shopping por apenas 1.000 RMB (aproximadamente R$ 250), realmente um negócio da China, né?!
Me matriculei e o primeiro obstásculo foi encontrar um professor que falasse o mínimo de inglês. Para a minha sorte há 03 profissionais que sabem o básico do básico, aliado a uma boa mimica a gente se entende! Como os professores meio que estavam fugindo de mim acabei que fiquei perdido no inicio, pois ninguém queria montar um treino básico para que eu pudesse fazer (imagina só, se falar inglês já é dificil avalie escrever uma ficha toda nesse idioma? Aí é para acabar rs) - acho que agora você me entende porque todo mundo tava fugindo de mim.
A dona da academia, Sindy, me deixou aos cuidados de um professor que suspostamente falava muito bem inglês, aí já fui ficando feliz pois imaginei que não teria problema. LEDO ENGANO. O professor me levou para uma sala, onde ficamos eu, ele e um outro rapaz e naquele dia começamos a fazer exercicios para os membros inferiores (perna, coxa e bunda). Ia tudo muito bem, ele falando um inglês-chinês e eu inglês-mimica até que começou uma série de agachamentos (acho que é assim que se fala, me perdoe se estiver errado). Ele então me mostrou que eu estava fazendo tudo errado, mas eu não sabia o porquê d'eu não estar correto. E olha só uma das posições que tinhamos que fazer:
Parece simples, mas é muito cansativo. Foto: reprodução internet.
Para ilustrar o quão errado eu estava meu professor tentou falar em inglês o que suspostamente estava errado na minha postura. Então ele soltou a seguinte frase: "In your ass" (que numa tradução bem literal poderia ser "na sua bunda"). Até aí achei engraçado e não sabia se ria ou se ficava sério. Afinal, o que estava errado com a minha bunda? Ele viu que eu estava completamente perdido e começou a bater freneticamente na própria bunda e o rapaz também começou a seguir a professor também batendo na própria nádega (para meu espanto, e ainda mais bizzaro eles começaram a reversar, ou seja, um batia na bunda do outro. É claro que nesse momento não pude conter a risada). No final das contas, eles queriam que eu abaixasse mais a bunda bem próximo ao chão (o que é uma coisa EXTREMAMENTE difícil). Menos mal, né?
Essa aqui é a turma da academia:
K, meu professor de Body Jump e um dos meus salvadores da pátria.
Guo Li Chao, meu atual professor e meu outro salvador da pátria.
Vamos fazer Yoga?
Passaram se os dias e nesta mesma academia pude conhecer uma designer de roupas, a Lotus, que hoje já virou minha amiga. Além do inglês impecável, ela também começou a aprender Francês e, com apenas 24 anos, é dona da sua própria grife de roupas, a ElephantLotus. Um belo dia, na verdade era noite rs, ela me fez o convite: Vamos fazer Yoga? Vai ser bom para a sua saúde! E, eu muito ingenuinamente (e ignorante por não saber o que de fato era isso) aceitei porque para mim era algo como ficar sentado meditando (MERO ENGANO!).
Cheguei lá, no suposto curso de Yoga dentro da própria academia (não precisei pagar nenhum adicional, pois isto já estava no meu plano). Me sentei e começou um burburinho, todo mundo falando algo que eu não entendia. O professor sorriu e disse: No english (tipo, ele querendo dizer que não falava inglês. O que para mim já não era nenhuma novidade). Ele começou a falar e todo mundo fechou o olho para ficar na posição de meditação. Como eu não entediauma vígula que ele falava eu fiquei com o olho bem aperto. Ao ver que eu estava com os olhos aberto, o professor começou a fazer gestos para que os fechasse. O problema é que como eu ia fechar os olhos se não entendia o que era para fazer? Então fiquei com um aberto e outro fechado ( ao ver essa marmota ele, o professor, caiu na gargalhada).
Ia tudo muito bem até que saimos da posição de meditação e começamos a fazer uns alogamentos. Começamos do fácil até que surgiram esse tipo de coisas para fazer:
As primeiras posições eu até consegui fazer, porém ao ver que eu estava todo torto o professor ia lá no meu tapete e me colocava no lugar certo. Cada vez que ele fazia isso eu soltava uns Ai Ai Ai e todo mundo mais ria do que fazia a aula. Pronto, era tudo o que eu queria chamar mais atenção do que outra coisa (eu comecei a achar que nem se tivesse pelado ia chamar tanta atenção. Eu não sabia se continuava ou ia enfiar a cabeça em algum buraco). Quando vi as pessoas colocando os pés na cabeça, comecei a perceber que ou as pessoas eram extremamente flexíveis ou aquela não era a minha turma. Depois de ver algumas posições me toquei que realmente aquela não era a minha turma e que aquele burburinho no inicio era por causa disso.
No meio da aula minha amiga Lotus chegou e começou a me ajudar (eu já não via a hora daquela tortura acabar). A gota d'água para mim foi quando em um determinado exercício tinhamos que ficar com as pernas para cima e formar um tunel com o corpo. Nossa! fiquei enroscado e não conseguia sair da posição: eu só sabia gritar dizendo ai aí aí aí. Quando percebi que as pessoas estavam achando muito engraçado e que realmente eu estava enroscado lembrei de falar HELP e nessa parte o professor e a Lotus me ajudaram a me desenrolar. Ao término da primeira aula, minha amiga Lotus me disse que "esqueceu" de me falar que aquela turma era avançada e as pessoas já faziam Yoga a alguns anos (trolado na China, niguém merece). A minha turma era toda terça à noite (nível básico) e não quinta.
Lição que eu aprendi até agora: Nunca espere que um chinês te diga algum detalhe. Ele sempre vai esquecer de te avisar a coisa mais importante.
Essa aqui é minha amiga Lotus tentando me mostrar uma posição "Fácil"
Frases importantissimas na minha vida sino-brasileira:
你 会使哦 英文 马?(leia-se Ni Huìshuo Yingwén ma?) = Você fala inglês?
对不起我的中文不好 (leia-se dui bu qi wo de zhongwen bu hao) = Desculpe, meu chinês é muito pobre (péssimo na verdade rs)
Fiz esse vídeo (com enormes dificuldades) para mostrar como foi a minha visita ao templo de Chiwan localizado em Shekou aqui na cidade de Shenzhen, Sul da China.