Ni Hao Brasil!
Fazem aproximadamente dois meses que resolvir abandonar minha vida tranquila e sem muitas emoções em Manaus para me aventurar na China, mais precisamente na cidade de Shenzhen. Bom, estou morando aqui já há quase uma semana e nesse pouco tempo passou uma restropectiva de tudo que passei para chegar até a esta cidade maravilhosa. É tanta coisa para comentar que até me perco na hora de relembrar. Então vamos lá.
MANAUS - SÃO PAULO = 4 HORAS DE VIAGEM
Assim que cheguei ao aeroporto e me despedi do meu irmão, minha ficha começou a cair e eu percebi: POXA, TÔ INDO PARA A CHINA... SOZINHO. Eu literalmente iria dar a volta no globo terrestre e atravessar nove fuso horários. Escrevendo assim parece soar fácil, mas aquela viagem não seria nada simples. O ponto crucial que tornava essa viagem um tanto isólita era o fato de que eu estava viagando para um país sem visto e com uma possibilidade grande de não entrar na China. Muitas pessoas que querem ir a China acabam tirando o visto em Hong Kong - para brasileiros e outras nacionalidades é o jeito mais fácil de obter a permissão para entrar na China continental, e era isso que eu estava fazendo. Então minha viagem seguiria o seguinte roteiro: MANAUS - SÃO PAULO - MADRI - PEQUIM - HONG KONG. Depois de HK eu iria finalmente ir para o meu destino final, Shenzhen perfazendo um total de mais de 31 horas de aventura.
SÃO PAULO - MADRI = 10 HORAS DE VIAGEM
o voo de Manaus a Guarulhos foi tranquilo e eu cheguei pontualmente às 11:30 para pegar embarcar para Madri às 18:05. Tudo ia as mil maravilhas até que a Air China informou que o voo só sairia às 01 hora da manhã, pois o avião teve algum tipo de problema técnico em Pequim e só estaria no Brasil por volta das 22h. Não precisa dizer que a notícia me deixou frustrado e ao mesmo tempo alegre porque iriamos ficar em um hotel até esperar o momento do embarque.
Foi também nesta conexão em São Paulo que conheci uma grande amiga a Flávia Coppa, uma brasileira que também era intercambista da AIESEC e que iria me acompanhar no mesmo voo até Pequim. Depois da demora e da espera quase "infindável" finalmente o avião da Air China saiu do Brasil com destino a Madri por volta de 00:30. Eu e Flávia estavamos animados com a viagem. É claro que 10 horas em um avião cercado por chineses com seus hábitos flatulentos não foi algo fácil de encarar.
|
A espera foi longa em Guarulhos. |
MADRI - PEQUIM = 10 HORAS DE VIAGEM
Consegui dormir muito pouco durante o voo, aparentemente tive intervalos de sono com duração de 01 a 02 horas. O cansaço e desconforto por estar em uma poltrona era algo que interrompia meu sono, quase um martírio aliado ao mal odor dos gases chineses. Depois da quinta hora de viagem parecia que o tempo parou. Chegamos em Madri (Eu e Flávia) e, é claro, aproveitamos para fazer nosso momento "mamãe estou fora do país".
|
Só jogamos uma água no corpo e já fomos pegar o avião para Pequim | | |
MADRI - PEQUIM = 10 HORAS DE VIAGEM
E lá se vão mais 10 longas entediantes horas no mesmo avião que nos trouxe do Brasil até Madri. Foi dentro do avião que comecei a me habituar com a alimentação chinesa. Não precisa comentar que eu preferi não comer muito porque aquela refeição não me agradou muito. Aterrisando em Pequim para minha surpresa encontrei um enorme aerporto fazio com mais de 80 portões e pouquissimo fluxo, são sei se é normal não ter nenhum movimento usualmente.
Como o voo chegou mega atrasado em Pequim, eu acabei perdendo o horário do embargue para Hong Kong. Meu coração estava na mão, pois eu tinha despachado minhas malas direto para HK e devido ao atraso do voo no Brasil temia que minhas coisas pudessem se estraviar no caminho de uma cidade para outra. Depois de uma série de desencontros naquele aeroporto já senti o primeiro choque de idioma ao ver que muitas pessoas no aeroporto não sabiam falar inglês para me orientar onde fazer a troca de portão para o próximo voo com destino a HK.
Quando finalmente consegui fazer o check-in para Hong Kong eu tinha exatamente uma hora para ligar para a companhia e sinalizar que horas seria minha chegada para alguém da empresa me esperar no portão. Eu até tentei usar um telefone público super moderno lá do aeroporto, mas era tudo em chinês e impossível de um leigo (igual a mim) manusear. Acabou que no corre-corre da troca de aeronave me perdi da Flávia porém (aleluia) consegui usar um telefone particular para ligar para a empresa onde eu ia fazer meu intercambio e avisar o horário exato da minha chegada.
PEQUIM - HONG KONG = 3 HORAS DE VIAGEM
Estava tão cansado, quase 2 dias sem dormir e com a mesma roupa que eu sentei na poltrona dormir e só acordei quando estava chegando em Hong Kong. A cidade é linda cheia de luzes. Eu amei minha curta estádia lá (dois dias). A maioria das pessoas falam inglês na cidade - o que por si só é muito útil para quem não conhece nada. E por um milagre divino minha bagagem não extraviou. Estava tudo certinho. Tirar o visto foi muito tranquilo e mais fácil do que eu imaginava. Com a ajuda de uma pessoa da empresa não tive muitos problemas em Hong Kong.
|
Como ainda não estava habituado com a culinária chinesa minha primeira refeição em HK foi um tipico café no Mc Donalds. |
|
|
|
Acho que em Hk tem todas as marcas das grifes que se possa imaginar. |
|
|
|
|
Minha jornada foi extremamente interessante, graças também a grande ajuda do russo Dmitry que teve a santa paciência de me mostrar lugares interessantissimo da cidade. Ele ficou ao meu lado durante todo o tempo que estive em HK me explicando todos os detalhes e curiosidades do local (para ser sincero, todos da companhia que eu tinha conhecido virtualmente pareciam ser bem legais e cordiais).
HONK KONG - SHENZHEN = 40 MINUTOS DE VIAGEM
Depois de toda (des)ventura que estava passando eu achei que seria muito simples pegar uma barca e atravessar até a cidade de Shenzhen, sim Shenzhen fica apenas do outro lado de Hong Kong, ledo engano. Fiz o contato com uma brasileira (mais que amiga, que esta sendo uma grande mãe para mim aqui) a Sol e ela disse que era muito fácil chegar em Shenzhen. O problema é que o Dmitry não conhecia essa barca e nem esse porto onde eu deveria ir. Então segui o conselho da sabia Sol e disse para o primeiro táxista Macau Ferry, porém ele nao sabia onde era exatamente. Tentamos explicar para mais três taxistas que nessa estação haveria um Ferry para Shekou, o bairro onde eu iria morar minhas primeiras semanas, mas ninguém sabia onde diabos ficava. Quando encontramos um taxista que (aparentemente) sabia onde estava localizado o Macau Ferry, ele simplesmente me deixou no lugar errado.
Nesta estação eu descobri que eu deveria estar do outro lado da cidade. Pelo menos lá eu comprei o ticket para pegar o Ferry de Shekou (U$ 110 Honk Kong Dollar) e foi nesse momento que descobri que tinha que chegar em macau ferry até as 20 horas isto porque a ultima barca sairia exatamente as 20:30. Para a minha sorte eu encontrei no meu caminho o único taxista que não falava inglês. Eu entrei no táxi com o endereço em cantonês e mostrei ao motoristo que balançou a cabeça afirmando que ia me levar até o local. Coração na mão e rezando todas prezes possíveis para que eu não fosse parar no lugar errado consegui chegar a estação certa, com a ajuda do simpático taxista que caiu do céu.
Bom, do outro lado consegui chegar são e salvo!!! Pronto para começar minha nova vida em Shenzhen. No próximo post vou falar sobre a comunidade de brasileiros que encontrei aqui e de como eles são extremamente diverdidos e também de outros amigos que consegui fazer nesses poucos dias.
Tchau Brasil!
|
Esta é a cidade de Shenzhen onde estou morando nesta ultimas duas semanas. Foto by google.com :) |