Shenzhen, 02 de agosto de 2013
Conforme prometido vou contar um pouco como foi a minha viagem a Yangjiang e Jiangmen. Aí vocês me perguntam como eu fui parar lá. Até agora uma boa parte de minhas viagens a outras cidades foi bancada pela a empresa na qual eu trabalho. Aqui na China, algumas empresas possuem a cultura de sempre promover passeios turísticos para seus funcionários. Minha sorte é que esta empresa na qual estou realiza esse tipo de atividade a cada três meses e é geralmente muito proveitoso (quem não gosta de viajar com tudo pago, né?)
Em minha opinião a viagem foi muito cansativa, porém muito produtiva, pois como já comentei antes Shenzhen é uma cidade muito nova e por consequência não carrega aquela imagem dos costumes da China que imaginamos nos filmes. Desde que cheguei aqui sempre senti falta disso, ir a essas cidades mais "chinesas" me proporciona estar em contato com o que realmente é a Ásia. Mas voltando à viagem, foram mais de cinco horas sentado no busão indo de Shenzhen a Yangjiang (em dois de excursão) - essa foi a parte cansativa.
Nossa guia lá na frente explicando tudo em mandarim. Entendi tudinho #SQN |
Houve várias paradas para comer, ir ao banheiro (eu particularmente passei a viagem toda hora cochilando hora assistindo meus animes). Fazer excursão na china é algo muito engraçado, pois a primeira coisa que eles fazem é colocar um bonezinho com a marca da agência de viagem para que todos daquele grupo se encontrarem. Saímos de Shenzhen às 8:30 da manhã de sábado, eu cheguei no meu ônibus (foram necessários 7 ônibus para levar todo mundo da empresa para lá) e de imediato o nosso guia já foi distribuindo os bonés para o povo colocar na cabeça. Eu, como tenho essa cara nada asiática, já fui sendo alvo das brincadeiras do guia que iria nos acompanhar durante os dois dias. A primeira coisa que eles perguntam e/ou falam quando você diz que é brasileiro é algo relacionado a futebol e depois, ao menos comigo, é Hola. É claro que fico sem graça de dizer que no Brasil falamos português e que 51% da América do Sul fala a língua portuguesa (logo não é um idioma muito raro rs).
Depois de eu ter ido para frente do ônibus, usar o microfone do guia para dar noções básicas sobre o Brasil, finalmente, pude sentar. Como na sexta-feira eu havia dormido pouco, estava tudo preparado para eu passar essas 5 horas belíssimas dormindo (só que não). Uma chinesa recém contratada para ser interprete de espanhol sentou ao meu lado e não parou de falar espanhol comigo um minuto até que (2 horas depois), não aguentei e disse que eu queria dormir (definitivamente eu não estava com humor para socializar).
Praia em Yangjiang. Boa para se refrescar e linda. |
Passado as enfadonhas horas dentro do ônibus, nem consigo descrever o quão encantador foi conhecer Yangjiang primeiro porque é uma cidade na qual eu dividi em duas partes, a primeira que fica dentro do continente com os chineses mais pobres e mais a adiante há uma ponte que interliga com uma ilha que também faz parte do local (nessa área ficam os chineses ricos e turistas, além de ser uma das partes mais bonitas da cidade). No meu Facebook já postei várias coisas reclamando do calor (sim, sou amazonense e não consegui me habituar com esse calor extremo que se faz por essas bandas de cá), e inclusive saíram várias notícias sobre isso, chegar a Yangjiang foi ótimo para se lançar no mar (tinha muitos chineses na praia) e refrescar a alma. Como tudo foi milimetricamente planejado só podíamos ficar tomando banho de mar apenas por uma hora em meia (fiquei frustrado porque passou muito rápido o tempo). Depois, nós visitamos museus, almoçamos, jantamos (não necessariamente nessa ordem) e 1 hora da manhã chegamos ao hotel para descansar e acordar às 8 horas da manhã.
Posso afirmar que o lado ruim dessas excursões é o fato de ter muita coisa para ver em pouco tempo somado ao fato de que tudo na China é longe torna-se algo cansativo, mesmo para nós que fizemos o roteiro de duas cidades vizinhas em dois dias.
JIANGMEN
Apesar de ter amado essa viagem, para mim houve dois pontos negativos: o primeiro é que apesar de morar aqui há quase 1 ano, ainda não estou acostumado com a comida chinesa e ir para o interior é sempre um martírio para minha pessoa (não há um kfc ou mcdonalds); e em segundo foi o calor insuportável que estava fazendo - nós tínhamos que caminhar distancias longínquas em baixo de um Sol de 40º (sim, agora eu sei como uma galinha se sente dentro do forno) .
Em Jiangmen a atração foi basicamente visitação às vilas históricas. O lugar tem uma história muito interessante pois as vilas foram fundadas por chineses que moraram foram da China por muito tempo. Eles iam para a Europa ou EUA a trabalho e lá ganhavam muito dinheiro. Com dimdim no bolso, eles mandavam tudo para suas famílias na China e os pais podiam construir sua própria vila. Esse tipo de construção deu muito certo com o passar do tempo e acabou por se tornar um território independente dentro do própria país, com uma arquitetura européia (tijolos e cerâmicas vindo de Portugal e Itália) e hábitos mas ocidentalizados. Dentro do museu há vários registros de que as pessoas daquela época viviam com os mesmos luxos de um cidadão europeu. Acho que a sensação de retornar a uma época antiga, como no caso de Jiangmen foi indescritível e sem sombra de dúvida passear pelos enormes jardins é uma recordação para ficar na memória.
Aqui vão algumas fotos do passeio
- Eu não viveria em uma cidade no interior da China sem fast food ou shopping;
- São cidades ótimas para visitar, e apenas isso;
- Sempre leve seu telefone quando você sair do ônibus para ir ao banheiro, pois o ônibus pode partir sem você e você terá que sair gritando feito uma porra louca para que eles não te deixem no meio do nada na China.
Até a próxima!!!